Os sentimentos dela se misturavam em seu peito. Não
sabia o que fazer. Estava perturbada com algo incompreensível à
sua idade. Chorava e se alegrava com facilidade. Não pensava
em outra coisa senão no que sentia e para quem dirigia seus
sentimentos. Pensou em conversar com sua irmã, mas será que
ela entenderia? Misturavam-se, dentro dela mesma, sentimentos,
pensamentos e sensações. Seu corpo parecia um motor de uma
usina de força a trepidar expelindo faíscas. Queria se acalmar,
mas parecia que algo internamente se mexia sem parar. Lembrouse de suas aulas de química, quando o professor misturava os
elementos num pequeno tubo. Será que isso estava acontecendo
dentro de seu corpo? Por que não conseguia controlar? Preferia
deitar-se para que tudo passasse. Dormia mais do que precisava.
Seu sono era inquieto. Acordava várias vezes, sobressaltada, na
expectativa de que algo diferente acontecesse. Em sua imaginação,
parecia que seus sentimentos eram pequenas bolas coloridas, que
iam por dentro de seu estômago, na direção de sua cabeça,
subindo e descendo sem parar.
Tudo aconteceu quando, numa aula na universidade, seu
colega do lado lhe tocou o braço e olhou em seus olhos,
perguntando pelos assuntos de uma prova que ocorreria na semana
seguinte. Naquele instante, sentiu uma forte emoção, como se lhe
subisse um calor pelo corpo e uma sensação simultânea de leveza.
(Adenuer Novais)
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Seus pensamentos Tbm emportam p mim.